terça-feira, 28 de outubro de 2008

Ex-Rapaz da Rua Augusta; Atual Proletário Internacional

Ele está trabalhando. Entrega panfletos de casa em casa, com um carrinho verde desses de empurrar pelas ruas. Ele, que nunca na vida trabalhou e era o burguês com seu carro na cidade de São Paulo. Ele, que tinha medo dos maninhos da rua o roubarem, agora vê os outros terem medo de que ele os roubem na rua: ele, agora, o maninho da rua. Hoje foi seu primeiro dia, e já sentiu na pele o que é sair de sua posição social: estudantes rindo do jovem fodido entregando panfletos, uma escória ha-ha-ha! Meninas gritando de suas sacadas para não colocarem aqueles panfletos de merda nas suas caixas de correio. Seu professor passou pela rua bem no momento em que ele trabalhava com seu colete da empresa de panfletos: o professor fingiu não o ver.

Ao final do dia, sente ódio, mas não sabe ao certo do quê. Sabe que sente ódio deste país, destes habitantes, mas principalmente, ódio dos estudantes que não trabalham. Ódio dos jovens, ou daqueles que podem usufruir da condição social da juventude, e ficar bebendo nos cafés e paquerando pelas tardes, ou quem sabe um cinema ou um bom livro.

Quanto a mim, por estar longe de casa, coloco o retrato do meu quarto na Área de Trabalho do meu Microsoft. Pareço me sentir mais em casa. Aconchego imagético, diretamente proporcionado pelo capitalismo tecnológico que nos conecta à pátria amada via Skype.

"There`s no place like home." - e batia três vezes em seus sapatinhos de diamante vermelho...

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Alice é fenomenológica?

Não, Alice agora é racionalista niilista.





Tô puta com o mundo!



Afinal, Dostoievski está com a razão: a única verdade contida no mundo está em matarmos nossa senhoria com uma machadada na cabeça.



A monogamia é uma verdadeira falência, aposto que se a gente tivesse criado o relacionamento utópico estaríamos nos amanda até hoje. Ontem conheci o cara mais lindo do mundo, o mais legal e não páro de pensar como seria trepar com ele naquela cama do quarto perfeito que ele tem, ouvindo Jimi Hendrix. Então nos amaríamos, para sempre, mas sem institucionalizações do sentimento.



É por isso que até hoje amo o André, a solução está no abandono instantâneo de uma tarde chuvosa para 'um outro dia a gente se vê'. Pelo menos ficam guardados conosco os dias lindos. Já a monogamia do namoro é uma verdadeira falácia, uma grande merda, porque depois que fode, vêm as brigas e os ódios que matam todas as rosas amarelas e só sobram os espinhos.



Sim, estou te odiando.

Its ôvah beibi

Por fim, acabou. Obviamente que era paixão, mas como toda doença, durou apenas alguns meses e umas poucas saudades. Percebi que o amor-real já não dava mais para ser projetado em outro cara que não aquele, o do amor-real. Depois que terminamos nosso namoro perfeito, com aquele cara que a gente amou tudo o que tinha para amar verdadeiramente, os outros namoros são meros amores, outros tipos de amar. E o de agora, meu bem, não tem me satisfeito. Por isso decido partir para o ficar sozinha, ou ao menos para o ficar sem você.

E não tem me satisfeito justamente por você achar que dá, que dá para projetar em mim o tal do amor-real. Então você se engana em mim, e criamos o amor-de-merda.

Dá medo. Dá medo terminar, porque dá medo ficar sozinha, em um mundo onde todos os outdoors, fotografias e propagandas de manteiga nos ensinam que a felicidade só é completa a dois - toda essa balela de se compartilhar momentos e andar na chuva com o seu homem. Então claro, terei de ser dostoievskiana e kafkiana nas primeiras semanas, mas depois acredito que volto às terapias mágicas de dj Paulão com os corpos requebrando e a cerveja gelada despreocupada. Tenho também meus outros amores, amores vãos que podem ser vividos por bons finais de semanas despreocupados, e sei que quando se esquece, as pessoas mais maravilhosas começam a aparecer no seu caminho.

Então é isso, ficamos assim, acabados.
Claro que eu queria que ficássemos amigos, mas você é um amante passional que vai chorar até as tampas e tentar o suicídio durante o inverno sem mim, mas fazer o quê, eu já tive muita dó dos outros, agora decidi ter amor-próprio. Sou racional demais para seu amor passional, não aguento mais tanta melação. Enquanto eu penso em Weber, você pensa em casamento.

Eu não posso te ensinar muita coisa, além daquilo que você já aprendeu, mas gostaria mesmo de te ensinar que na verdade você não me ama: você projeta em mim seu amor-real infantil daquela que você realmente amou e ama por todas as noites, pensas que o amor é por mim mas é por ela, e você sabe disso. Beibi, o lance é perceber que ao amor-real já não há mais volta além da nostalgia, e que as únicas verdades sentimentais estão em uma suitcase de lumper - que infelizmente duram somente o tempo de um bom cigarro em uma noite de lua cheia.

É mais simples do que pensamos: eu não te amo mais e this is the end my only friend.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

((()))))

Poxa, até que enfim encontrei um tempo de voltar aqui. Essa história de blog vicia mesmo.
Ultimamente a coisa mais bacana que descobri para fazer é ficar vendo clips no Youtube. Acabei de ver um clip do Yves Larock, aquela música "my dream is to fly over the raimbow so high", e eu bem que queria sair postando uns clips legais que vejo aqui no blog, mas nunca consigo por causa da lerdeza da minha internet.

Esse clip do Larock é um povo pulando corda, todo contente, meio paradoxal porque o sonho de voar na verdade é ficar pulando corda. Também soa meio comercial da coca-cola, ainda mais agora com essa promoção de trocar tampinhas por cordas. Eu nunca vi essa juventude que pula corda, acho que é invenção cinematográfica ou talvez coisa das ruas norte-americanas, não sei se acredito numa juventude que sai às ruas para pular corda. O máximo que já vi foi uns muleques dançando break na praça de São Tomé das Letras, mas enfim.

Eu adoro fazer malabares, por isso esse é um clip inspirador para mim. Fico com saudade do povo do Sul, aqueles malabaristas, porque lá na Unicamp sempre que levo meus malabares nunca encontro pessoas para brincar comigo. É, tem o povo que faz os malabares de bolinha, mas eu gosto mesmo dos de fita, e eu nunca vi ninguém que brinca com estes. A Fly me mandou um vídeo de uns músicos que fazem uns malabares com bandeiras, e não são bandeiras penduradas em cordas, são as bandeiras inteiras mesmo, com mastro e tudo. Achei incrível!

Tô elétrica, preciso comprar um patins.