sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Its ôvah beibi

Por fim, acabou. Obviamente que era paixão, mas como toda doença, durou apenas alguns meses e umas poucas saudades. Percebi que o amor-real já não dava mais para ser projetado em outro cara que não aquele, o do amor-real. Depois que terminamos nosso namoro perfeito, com aquele cara que a gente amou tudo o que tinha para amar verdadeiramente, os outros namoros são meros amores, outros tipos de amar. E o de agora, meu bem, não tem me satisfeito. Por isso decido partir para o ficar sozinha, ou ao menos para o ficar sem você.

E não tem me satisfeito justamente por você achar que dá, que dá para projetar em mim o tal do amor-real. Então você se engana em mim, e criamos o amor-de-merda.

Dá medo. Dá medo terminar, porque dá medo ficar sozinha, em um mundo onde todos os outdoors, fotografias e propagandas de manteiga nos ensinam que a felicidade só é completa a dois - toda essa balela de se compartilhar momentos e andar na chuva com o seu homem. Então claro, terei de ser dostoievskiana e kafkiana nas primeiras semanas, mas depois acredito que volto às terapias mágicas de dj Paulão com os corpos requebrando e a cerveja gelada despreocupada. Tenho também meus outros amores, amores vãos que podem ser vividos por bons finais de semanas despreocupados, e sei que quando se esquece, as pessoas mais maravilhosas começam a aparecer no seu caminho.

Então é isso, ficamos assim, acabados.
Claro que eu queria que ficássemos amigos, mas você é um amante passional que vai chorar até as tampas e tentar o suicídio durante o inverno sem mim, mas fazer o quê, eu já tive muita dó dos outros, agora decidi ter amor-próprio. Sou racional demais para seu amor passional, não aguento mais tanta melação. Enquanto eu penso em Weber, você pensa em casamento.

Eu não posso te ensinar muita coisa, além daquilo que você já aprendeu, mas gostaria mesmo de te ensinar que na verdade você não me ama: você projeta em mim seu amor-real infantil daquela que você realmente amou e ama por todas as noites, pensas que o amor é por mim mas é por ela, e você sabe disso. Beibi, o lance é perceber que ao amor-real já não há mais volta além da nostalgia, e que as únicas verdades sentimentais estão em uma suitcase de lumper - que infelizmente duram somente o tempo de um bom cigarro em uma noite de lua cheia.

É mais simples do que pensamos: eu não te amo mais e this is the end my only friend.

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