domingo, 24 de agosto de 2008

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Faz muito tempo que já levo uma vida solitária, em um cubículo no centro da cidade. Gosto disso, a casa sempre está limpa e me sinto bem quando ele vem me visitar, ficando comigo por uns 4 dias da semana. Quando ele se vai, restam-me a pilha de pratos na pia, o cesto de roupas sujas e a imundície no chão da casa. Fico a limpar tudo isso esperando seu retorno, e sempre consigo deixar tudo em ordem umas 2 horas antes que ele chegue, assim de surpresa. Hoje fui almoçar em Chinatown, em homenagem ao fim dos jogos de Pequim, e também por ser um dos poucos lugares que abre para servir almoço aos domingos. Encontrei casais de velhos e chineses velhos servindo de garçom, incrível como a hierarquia em Chinatown funciona às avessas: são as crianças que ficam no caixa e os velhos que servem de garçom. Os de idade intermediária ficam na cozinha. Comi um yakissoba adicionado a um rolinho primavera de carne, mais um doce de banana caramelada grátis, tudo isso por apenas R$4,32.


Fiquei a ler Bukowski e John Fante pela tarde. Comi ruffles e dormi no sofá coberta com uma mantinha verde. Em compensação, quando bateu a fome das oito da noite, só me restava a padaria 24 horas aberta na esquina de casa, com todos os bêbados e vagabundos que costumam habitá-la durante o domingo inteiro. Só tinha cinco reais no bolso, e tive que me virar – uma lata de atum e dois pães, para um sanduíche em casa, por R$4,50. Gostaria de alguns ovos mexidos com bacon agora. Não sinto saudades dele – na verdade, sinto muito mais saudades do meu irmão.

domingo, 17 de agosto de 2008

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Eu vou, eu vou. Pode apostar que eu já estou lá, eu morreria sem você a
partir desse momento. Perceba como isso é quase próximo de Noites da Taverna ou
poemas baudelairianos? Há quem diga que Baudelaire era um cara desencanado. Vou
ler um pouco, talvez um Pirandello ajudaria nesse momento, mas ele também se
torna trágico logo na metade do livro, e por que será que o Calvino escreveu tão
pouco durante toda sua vida? Deve ser extremamente difícil ser extremamente
lúdico em um mundo como o nosso. Às vezes até Alice no País das Maravilhas me
causa um sofrimento existencial terrível quando não estou nos meus melhores
dias. Raios! O que é isso?? Este mês não teve TPM nem cólicas, mas essa recaída
adolescente infantil por amores idiotas? Menina! Cadê seu cabelo roxo e sua
atitude punk? Volte, menina, volte.
Nada de pensamentos idiotas de mulherzinha.

Porra mas eu não agüento mais ler os outros e ter que
escrever sobre os outros, eu quero mais é deixar escorrer aqui qualquer palavra
minha ou sua, numa estratégia coletiva insana de escorrimentos corrimentos.
Porra uma conversa de bar também resolveria, e isso definitivamente é muito
engraçado.

Pequena nota acerca do cotidiano: Gramado foi decepcionante, "Nome Próprio" como melhor filme brasileiro??! Definitivamente, ou o cinema brasileiro está com sérios problemas ou os críticos de cinema estão completamente loucos.

sábado, 16 de agosto de 2008

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Eu quero ver você dançar
Em cima de uma faca molhada de sangue
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Eu jamais nunca mais consegui tomar uma cerveja gelada sem pensar que estava criando rugas a partir desta prática, mas preciso loguinho retornar às doses semanais de DJ Paulão dessa vez regadas a uísque com energético

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Deixar o chão é poder voar
soltar minhas mãos não vai adiantar
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Vou me banhar em United States para me curar dessa ressaca do amor infernal acrescido de ciúme infantil. Literatura norte-americana é até melhor do que Burger King com batatinhas fritas que sorriem para mim. Adeus, Mané.
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Não se preocupe comigo
que meus inimigos terão sempre seu lugar.

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Janeiro. Foi de tudo. e foi algo como uma porta solida. Seu frio selava a cidade numa capsula cinzenta. Janeiro foi momentos, e janeiro foi um ano. Janeiro fez chover os instantes e congelou-os na sua memoria: a mulher que ela viu consultando ansiosamente, a luz de um fosforo, os nomes em uma estrada escura. o sujeito que rabiscou um recado e entregou-o a seu amigo antes de se separarem na calçada. o sujeito que correu um quarteirao atras de um onibus e pegou-o. De cada gesto humano parecia emanar uma magia. Janeiro era um mes de duas faces, chocalhando com guizos de bufao, estalando como crosta de neve, puro como qualquer começo, taciturno como um velho, misteriosamente familiar e ainda assim desconhecido, como uma palavra que quase se define, mas que nao se chega a definir.



"não quero ter você em mim, nem me esquentar, não quero te sentir" - Mombojó, Cabidela.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008


Vai dormir um pouco que não adianta sentar a bunda para
escrever tensão, ainda tem umas 80 páginas de fluxo de consciência para serem
vomitados a psicóloga Microsoft antes de atingir a fluidez de uma narrativa que
mescla etnografia clareza nos objetivos e boa dicção teórica, era de ruffato que
você precisava, sempre acerta nas literaturas e depois passar a escrever uns
esboços do que se leu assim mesmo pra mim mesmo com a novidade desse tipo novo
de escrita que vai deixando tudo relaxado até os músculos do pulso e eu nem
sabia que o pulso tinha músculo ou nervo e eu nem sabia que músculo tinha acento
mas agora começo a lembrar de um apartamento vizinho de quando eu era criança,
bichos de pelúcia vindos da Disney e a menina sendo comida pelo pai no quarto
com os leões da Disney de camarote. De fato ler um Hemingway de 1961 é bem
diferente de logo depois no dia seguinte ler um de 1929, aquele ilhas da
corrente está muito maduro na escrita na descrição e principalmente na
construção dos personagens, isso sim, um personagem duro, bem personalizado,
sabemos tudo dele tudo quase o vemos no nosso quarto um bom personagem é aquele que sai do livro e de repente encontramos ele ali sentado no sofá da nossa sala
ou tomando um banho no nosso chuveiro não aqueles loucos de o sol também se
levanta que apareciam em um cenário estranho e só falavam falavam bebiam
pescavam iam às touradas trocavam de homem de mulher casavam desquitavam não tinham filho. “Não, agora não, não...” ele diz lá do quarto enquanto joga um
joguinho de corrida de carros envenenados no computador.




Nublado acordo há um prédio sendo construído atrás de
casa. Literatura escrita de catarses sono são sete da manhã capuccino. Vontade
de ver algum filme, Canal Brasil mas só passava clips musicais cults, e lembrei
do pessoal daquela festa chata, os terceiranistas, que estão na fase do Cult da
vida. E eu que percebo que passamos da fase Cult, que agora o que nos interessa
é o popular, o povão, o submundo, a cachaça, os funks. E claro que daqui um
pouco isso também passará e encontraremos quinteiranistas nesta fase e
lembraremos de nós mesmos e acharemos poserismo mas enfim era legal é legal é
divertido e está sendo. Ascese com um livro de sociologia da religião, muito
esforço por muitas horas para sentir aquela satisfação de um estudo bem
realizado. Escrevo uns dois parágrafos e decido dar um tempo na internet,
orkuteio procurando a putinha, descubro que ela pretendia fazer este semestre na
Unicamp mas decidiu deixar para o ano que vem (ufa, ainda bem). Vejo gentes com
a empolgação de ir para o ENECS na Bahia e eu e nós aqui nada empolgados, a tal
da Bienal da UNE que ele tanto fala como o grande acontecimento de toda a
graduação, bléh.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Salve as Corujas


Todos os anos há 4% menos corujas no Brasil. Hoje restam apenas 3.600 delas. Agentes imobiliários têm destruído os campos abertos com pastos e árvores onde elas vivem em buracos na terra ou nas madeiras. Esses espaços são as casas das corujas, mas se tornam as casas dos humanos e as corujas desaparecem, não resistindo ao novo ambiente. Ajude a parar com as construções de casas em locais indevidos!
Call 1-800-SAVEOWL

terça-feira, 5 de agosto de 2008







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Olá Clarah, fui ver Nome Próprio e achei o filme um lixo. Fiquei a pensar que a obra em que o filme se baseava fosse um lixo semelhante ou piorado, mas graças aos bons céus interneteiros e às editoras legais que colocam os livros à nossa disposição em pdf, no dia seguinte mesmo li seu livro Máquina de Pinball e pasmei. Você é de fato uma literata fodástica, parabéns.

LA REVOLUCIÓN VIRTUAL essa coisa de livros para download!


http://www.lojaconrad.com.br/Pop/Maquina_de_Pinball_int.asp






























domingo, 3 de agosto de 2008

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Muito melhor o samba, estes mais novos que não sabem fazer

festa, não entendemos mais nada qual o capital vigente para um bando de corpos
dóceis parados na rua em rodinhas na mesa do caixa das fichas de cerveja e
calados muito calados sem conversa sem assunto achamos que eles não tinham
assunto ou talvez o silêncio seja a nova moda a espera por um disco voador ou
algo do tipo. E ainda por cima aparece uma putinha, o medo de você ir embora e
paranóias idiotas por isso fico vendo tela classic e o desenho do fudêncio mas
eu vou apagar esta frase – por que sempre nem no tal diário da válvula de escape
deixamos de apagar frases? Mas já me sinto melhor de fato a psicóloga Microsoft
parece deveras eficaz e de fato se libertar da nóia da palavra da escrita é pela
própria escrita poder dizer correr os dedos soltos soltos e talvez de 3 folhas
de consciência livre (tentei lembrar a categoria que a professora de literatura
encaixava este tipo de escrita a professora não, as apostilas do anglo – mas não
lembrei) saia uma frase formal uma tabela um parágrafo analítico assim “Segundo
Clastres, a antropo-po-po-metria dos ossos cabeças medir cabeças mediam
negróides munidos de esquadros réguas instrumentos de medição da luz da
temperatura das ondas sonoras .........



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sábado, 2 de agosto de 2008




Tensão. Suspense. Insensatez e insegurança. Não mais pensava nas palavras seguidamente com um som insano de musica clássica. Fiquei esperando o sol nascer com a dor de estar lendo Caio Fernando de Abreu na sacada do apartamento enquanto ele dormia ali em minha cama. A vida parecia ingrata naquele momento. Pedro, você não compreende a minha dor. É melhor que se vá, me deixe com minhas palavras e a solidão que me alimenta. Penso em tomar os remédios que guardava por muitos anos em minha dispensa, mas não os encontrei. Alguém deve ter pego-los. Pedro. Mãe. Eu mesma. O punk de outro dia. Já não sabia mais. Não conseguia enfrentar as primeiras paginas de Deleuze em Frances, porque me lembrava dos momentos na França. Ele dorme. Fico com insônia. Conversamos ontem a noite sobre a televisão, criada na década de 1960, auge da industria cultural.

Campanha para que a Kibon não páre nunca mais de fabricar a delícia Açaí Power - edição limitada. Para que essa edição se transforme em ilimitada.