sábado, 16 de agosto de 2008


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Janeiro. Foi de tudo. e foi algo como uma porta solida. Seu frio selava a cidade numa capsula cinzenta. Janeiro foi momentos, e janeiro foi um ano. Janeiro fez chover os instantes e congelou-os na sua memoria: a mulher que ela viu consultando ansiosamente, a luz de um fosforo, os nomes em uma estrada escura. o sujeito que rabiscou um recado e entregou-o a seu amigo antes de se separarem na calçada. o sujeito que correu um quarteirao atras de um onibus e pegou-o. De cada gesto humano parecia emanar uma magia. Janeiro era um mes de duas faces, chocalhando com guizos de bufao, estalando como crosta de neve, puro como qualquer começo, taciturno como um velho, misteriosamente familiar e ainda assim desconhecido, como uma palavra que quase se define, mas que nao se chega a definir.



"não quero ter você em mim, nem me esquentar, não quero te sentir" - Mombojó, Cabidela.

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