sexta-feira, 15 de agosto de 2008


Vai dormir um pouco que não adianta sentar a bunda para
escrever tensão, ainda tem umas 80 páginas de fluxo de consciência para serem
vomitados a psicóloga Microsoft antes de atingir a fluidez de uma narrativa que
mescla etnografia clareza nos objetivos e boa dicção teórica, era de ruffato que
você precisava, sempre acerta nas literaturas e depois passar a escrever uns
esboços do que se leu assim mesmo pra mim mesmo com a novidade desse tipo novo
de escrita que vai deixando tudo relaxado até os músculos do pulso e eu nem
sabia que o pulso tinha músculo ou nervo e eu nem sabia que músculo tinha acento
mas agora começo a lembrar de um apartamento vizinho de quando eu era criança,
bichos de pelúcia vindos da Disney e a menina sendo comida pelo pai no quarto
com os leões da Disney de camarote. De fato ler um Hemingway de 1961 é bem
diferente de logo depois no dia seguinte ler um de 1929, aquele ilhas da
corrente está muito maduro na escrita na descrição e principalmente na
construção dos personagens, isso sim, um personagem duro, bem personalizado,
sabemos tudo dele tudo quase o vemos no nosso quarto um bom personagem é aquele que sai do livro e de repente encontramos ele ali sentado no sofá da nossa sala
ou tomando um banho no nosso chuveiro não aqueles loucos de o sol também se
levanta que apareciam em um cenário estranho e só falavam falavam bebiam
pescavam iam às touradas trocavam de homem de mulher casavam desquitavam não tinham filho. “Não, agora não, não...” ele diz lá do quarto enquanto joga um
joguinho de corrida de carros envenenados no computador.




Nublado acordo há um prédio sendo construído atrás de
casa. Literatura escrita de catarses sono são sete da manhã capuccino. Vontade
de ver algum filme, Canal Brasil mas só passava clips musicais cults, e lembrei
do pessoal daquela festa chata, os terceiranistas, que estão na fase do Cult da
vida. E eu que percebo que passamos da fase Cult, que agora o que nos interessa
é o popular, o povão, o submundo, a cachaça, os funks. E claro que daqui um
pouco isso também passará e encontraremos quinteiranistas nesta fase e
lembraremos de nós mesmos e acharemos poserismo mas enfim era legal é legal é
divertido e está sendo. Ascese com um livro de sociologia da religião, muito
esforço por muitas horas para sentir aquela satisfação de um estudo bem
realizado. Escrevo uns dois parágrafos e decido dar um tempo na internet,
orkuteio procurando a putinha, descubro que ela pretendia fazer este semestre na
Unicamp mas decidiu deixar para o ano que vem (ufa, ainda bem). Vejo gentes com
a empolgação de ir para o ENECS na Bahia e eu e nós aqui nada empolgados, a tal
da Bienal da UNE que ele tanto fala como o grande acontecimento de toda a
graduação, bléh.

Um comentário:

Natalie disse...

saudades da UNICAMP!
Seus textos são difíceis, mas eu gosto.
Tenho 3 dias nas terras do barão essa semana.